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Trocando fontes e usando interpretadores Unicode |
Esta lição dá contexto sobre como o LaTeX interpreta entrada de texto com Unicode e como isso afeta o que você digita e as fontes que você usa, e como isso muda em interpretadores modernos com suporte a Unicode e fontes OpenType. |
Fontes & interpretadores Unicode |
Selecionando fontes e codificação. |
Quando o TeX e o LaTeX começaram a ser amplamente utilizados eles funcionavam apenas com idiomas Europeus, embora houvesse alguma capacidade para usar outros alfabetos como o Grego e o Russo.
Originalmente, acentos e letras acentuadas eram escritas usando comandos como
\c{c}
para 'ç' e \'e
para 'é'. Enquanto ainda há pessoas que usam esses
métodos de entrada porque eles podem ser mais fáceis de digitar, outros preferem
usar as teclas nos seus teclados para digitar esses caracteres diretamente.
Antes do Unicode, o LaTeX fornecia suporte para vários tipos de codificação
dos arquivos fonte, que permitiam que o texto fosse escrito em vários idiomas
nativamente – por exemplo, usando a codificação latin1
, usuários
Franceses poderiam escrever 'déjà vu
' e o LaTeX iria traduzir, internamente,
as letras acentuadas nos comandos que produziriam o resultado correto.
Essa abordagem ainda é usada no LaTeX atualmente usando o pdflatex
. Por
padrão todos os arquivos são assumidos ser Unicode (codificação UTF-8) a menos
que seja especificado o contrário. Embora o pdflatex
seja limidado a fontes
de 8 bits, a maioria dos idiomas europeus é suportado.
Escolha de fontes com o pdflatex
usa o sistema robusto de seleção de fontes do
LaTeX, e atualmente há muitas fontes próprias para isso em uma distribuição
LaTeX padrão. Por exemplo, as fontes TeX Gyre são uma coleção de fontes de
alta qualidade baseadas em fontes populares, como Times, Helvetica, Palatino, e
outras. Para carregar essas fontes, basta carregar o pacote apropriado. Para
uma fonte similar à Times, o nome é TeX Gyre Termes, e o pacote é:
\usepackage{tgtermes}
{: .noedit :}
No pdflatex
, a maioria das fontes é carregada pelos seus respectivos pacotes.
Você pode procurar no LaTeX Font Catalogue
ou na página da CTAN sobre o tópico 'fontes'
para ver algumas opções. Você também pode procurar na Internet pela fonte que
você quer, e buscar por um pacote compatível com o pdflatex
. Se quiser usar
uma fonte comercial, você pode buscar por um clone apropriado, que para a
maioria das aplicações é similar o suficiente à original.
Como o pdflatex
é limitado a arquivos 8 bits e fontes de 8 bits, ele não pode,
nativamente, usar fontes modernas OpenType, e trocar facilmente entre idiomas
que usam alfabetos (ou sistema de escrita, para usar o termo técnico)
diferentes. Há dois substitutos para o pdfTeX que usam entrada Unicode e fontes
modernas: XeTeX e LuaTeX. Para o LaTeX, estes são tipicamente chamados pelo
seu editor usando os programas xelatex
e lualatex
, respectivamente.
Nesses interpretadores, a seleção de fontes é feita usando o pacote fontspec
,
e para documentos simples basta usar, por exemplo:
\usepackage{fontspec}
\setmainfont{texgyretermes-regular.otf}
{: .noedit :}
para selecionar a fonte TeX Gyre Termes, como no exemplo com pdflatex
acima.
Notavelmente, esse método funciona para qualquer fonte OpenType. Algumas
fontes disponíveis para o pdflatex
também estão disponíveis para xelatex
e
lualatex
pelos respectivos pacotes, mas também é possível carregar qualquer
fonte que você tiver instalada no seu computador usando o fontspec
como
mostrado acima. O LaTeX Font Catalogue
também mostra fontes com formato OpenType disponíveis, então você pode usar o
catálogo para buscar fontes, assim como a
página da CTAN mencionada acima.
Tendo escolhido uma fonte, o texto agora pode ser escrito diretamente usando caracteres Unicode no seu documento. Aqui está um exemplo que usa algumas letras do alfabeto Latino e Grego, assim como alguns ideogramas chineses:
\documentclass{article}
\usepackage{fontspec}
\setmainfont{texgyretermes-regular.otf}
\newfontfamily\cjkfont{FandolSong-Regular.otf}
\begin{document}
ABC → αβγ → {\cjkfont 你好}
\end{document}
Quando trocar idiomas, também é importante trocar coisas como padrões de
hifenização entre outras especificidades que os pacotes babel
e polyglossia
conseguem fazer de forma robusta.