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Investigando a existência de diferenciais de salários por sexo e raça
Uma questão de grande interesse para o debate sobre a existência de desigualdades numa sociedade diz respeito à possível existência de diferenciais de salários entre pessoas de sexo e raça distintos, após controlar por características do trabalhador tais como escolaridade, ocupação e experiência, e da firma, tais como tamanho, setor de atividade e outras. [@Rodrigues] examinou este problema empregando modelos de regressão para explicar o logaritmo do salário hora dos trabalhadores empregados, ajustados a dados obtidos através da Pesquisa sobre Padrões de Vida do IBGE, e tomando como variáveis explicativas características do trabalhador, do posto de trabalho e da empresa. A autora concluiu que não se pode rejeitar a hipótese de existência de discriminação racial e de sexo no mercado de trabalho, pois trabalhadores igualmente produtivos inseridos em trabalhos de características similares apresentavam diferenciais de salários com base em atributos não produtivos, como o sexo, a raça, e o estado civil, por exemplo. Tais conclusões foram obtidas mediante testes de hipóteses sobre valores dos parâmetros do modelo ajustado.
Investigando a existência de diferenciais de salários por sexo e raça
Ainda no contexto do exemplo da investigação da existência de diferenciais de salários por sexo e raça, os dados da Pesquisa sobre Padrões de Vida do IBGE podem ser utilizados para obter uma tabela cruzada tendo como entradas de linha o sexo dos trabalhadores, e como entrada das colunas um indicador de trabalhadores de raça / cor = branco, sendo as celas da tabela utilizadas para apresentar estimativas dos valores médios dos salários dos trabalhadores nas várias classes definidas pelos valores dos indicadores de linha e coluna. Tabelas como esta são habitualmente produzidas como resultado da realização de pesquisas amostrais pelas agências oficiais de estatísticas no Brasil e em muitos outros países. Embora capazes de revelar diferenças nos salários médios de trabalhadores de sexo e raça distintos, tais tabelas são insuficientes para investigar a questão da discriminação de gênero ou raça no mercado de trabalho, pois tais diferenças de salários médios poderiam ser explicadas por diferenças de características dos trabalhadores tais como escolaridade, que poderiam ter origem fora do mercado de trabalho. Por outro lado, ilustram bem os alvos de inferência freqüentemente definidos para pesquisas amostrais de populações finitas. Aqui o que se busca estimar é o valor médio de uma característica de interesse (no caso, o salário) para a população finita de onde foi extraída a amostra disponível para análise. Apesar de úteis, tais estimativas representam apenas medidas descritivas da população alvo.