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# Objetos e classes
## Funções e argumentos
```{r external-code-cap2, cache=FALSE, include=FALSE}
knitr::read_chunk("scripts/objetos-classes-exercicios.R")
```
As funções no R são definidas como:
```{r eval=FALSE}
nome(argumento1, argumento2, ...)
```
Exemplo: função `runif()` (para gerar valores aleatórios de uma
distribuição uniforme):
```{r eval=FALSE}
runif(n, min = 0, max = 1)
```
```{r }
runif(10, 1, 100)
```
Argumentos que já possuem um valor especificado (como `max` e `min`)
podem ser omitidos:
```{r eval=FALSE}
runif(10)
```
Se os argumentos forem nomeados, a ordem deles dentro da função não tem
mais importância:
```{r eval=FALSE}
runif(min = 1, max = 100, n = 10)
```
Argumentos nomeados e não nomeados podem ser utilizados, desde que os
não nomeados estejam na posição correta:
```{r eval=FALSE}
runif(10, max = 100, min = 1)
```
### Outros tipos de argumentos
Exemplo: função `sample()`:
```{r eval=FALSE}
sample(x, size, replace = FALSE, prob = NULL)
```
- `x` e `size` devem ser obrigatoriamente especificados.
- `replace` é lógico: `TRUE` (`T`) ou `FALSE` (`F`).
- `prob` é um argumento vazio ou ausente (“opcional”).
Exemplo: função `plot()`:
```{r eval=FALSE}
plot(x, y, ...)
```
- "`...`" permite especificar argumentos de outras funções (por exemplo
`par()`).
Para ver todos os argumentos disponíveis de uma função, podemos usar a
função `args()`.
```{r}
args(sample)
```
## Mecanismos de ajuda
Argumentos e detalhes do funcionamento das funções:
```{r eval=FALSE}
?runif
```
ou
```{r eval=FALSE}
help(runif)
```
A documentação contém os campos:
- **Description:** breve descrição.
- **Usage:** função e todos seus argumentos.
- **Arguments:** lista descrevendo cada argumento.
- **Details:** descrição detalhada.
- **Value:** o que a função retorna.
- **References:** bibliografia relacionada.
- **See Also:** funções relacionadas.
- **Examples:** exemplos práticos.
Procura por nomes de funções que contenham algum termo:
```{r eval=FALSE}
apropos("mod")
apropos("model")
```
Procura por funções que contenham `palavra` em qualquer parte de sua
documentação:
```{r eval=FALSE}
help.search("palavra")
```
Ajuda através do navegador (também contém manuais, ...):
```{r eval=FALSE}
help.start()
```
Sites para busca na documentação dos diversos pacotes:
- RDocumentation https://www.rdocumentation.org/.
- R Package Documentation https://rdrr.io/.
- R Contributed Documentation (várias línguas).
https://cran.r-project.org/other-docs.html.
Os pacotes do R contêm funções específicas para determinadas tarefas, e
estendem a instalação básica do R. Atualmente existem mais de 10000
pacotes disponíveis no
[CRAN](http://cran-r.c3sl.ufpr.br/web/packages/index.html), além de
diversos outros hospedados em sites como [Github](https://github.com),
por exemplo.
Ao instalar o R, os seguintes pacotes já vêm instalados (fazem parte do
chamado "R core"):
```{r, echo=FALSE}
rownames(installed.packages(lib.loc = paste0(R.home(), "/library")))
```
No entanto, nem todos são carregados na inicialização do R. Por padrão,
apenas os seguintes pacotes são carregados automaticamente:
```{r, echo=FALSE}
gsub("package:", "", grep("^package", search(), value = TRUE)[-c(1,2)])
```
Para listar os pacotes carregados, use a função
```{r, eval=FALSE}
search()
```
Note que o primeiro elemento, `.GlobalEnv`, será sempre carregado pois
ele é o *ambiente* que irá armazenar (e deixar disponível) os objetos
criados pelo usuário. Para carregar um pacote instalado, usamos a função
`library()`, por exemplo
```{r, eval=FALSE}
library(lattice)
search()
```
Isso tornará todas as funções do pacote `lattice` disponíveis para uso.
Para instalar um pacote usamos a função `install.packages()`. Sabendo o
nome do pacote, por exemplo, `mvtnorm`, fazemos
```{r, eval=FALSE}
install.packages("mvtnorm")
```
Se o diretório padrão de instalação de um pacote for de acesso restrito
(root por exemplo), o R irá perguntar se você gostaria de instalar o
pacote em uma biblioteca pessoal, e sugerirá um diretório que possui as
permissões necessárias. Você pode se antecipar e já definir e criar um
diretório na sua pasta pessoal, e instalar os pacotes sempre nesse
local. Por exemplo, defina `~/R/library` como sua biblioteca pessoal.
Para instalar os pacotes sempre nesse diretório faça:
```{r, eval=FALSE}
install.packages("mvtnorm", lib = "~/R/library")
```
Para verificar as bibliotecas disponíveis e se existem pacotes para serem
atualizados, use
```{r, eval=FALSE}
packageStatus()
```
Para atualizar automaticamente todos os pacotes faça
```{r, eval = FALSE}
update.packages(ask = FALSE)
```
## Criando uma função
A ideia original do R é transformar usuários em programadores
> *"... to turn ideas into software, quickly and faithfully."*
>
> -- John M. Chambers.
Criar funções para realizar trabalhos específicos é um dos grandes
poderes do R.
Por exemplo, podemos criar a famosa função
```{r }
ola.mundo <- function(){
writeLines("Olá mundo")
}
```
E chama-la através de
```{r }
ola.mundo()
```
A função acima não permite alterar o resultado da saída. Podemos fazer
isso incluindo um **argumento**
```{r }
ola.mundo <- function(texto){
writeLines(texto)
}
```
E fazer por exemplo
```{r }
ola.mundo("Funções são legais")
```
(Veremos detalhes de funções mais adiante)
## Exercícios {-}
1. Usando a função `runif()` gere $30$ números aleatórios entre:
- 0 e 1
- -5 e 5
- 10 e 500
alternando a posição dos argumentos da função.
2. Veja o help da função (?) `"+"`
3. Crie uma função para fazer a soma de dois números: `x` e `y`
4. Crie uma função para simular a jogada de um dado.
5. Crie uma função para simular a jogada de dois dados.
```{r ex1, eval=FALSE, include=FALSE}
```
## Objetos
O que é um objeto?
- Um **símbolo** ou uma **variável** capaz de armazenar qualquer valor
ou estrutura de dados.
Por quê objetos?
- Uma maneira simples de acessar os dados armazenados na memória (o R
não permite acesso direto à memória).
Programação:
- Objetos $\Rightarrow$ Classes $\Rightarrow$ Métodos.
> *“Tudo no R é um objeto.”*
> *“Todo objeto no R tem uma classe.”*
- **Classe:** é a definição de um objeto. Descreve a forma do objeto e
como ele será manipulado pelas diferentes funções.
- **Método:** são **funções genéricas** que executam suas tarefas de
acordo com cada classe. Duas das funções genéricas mais importantes
são:
- `summary().`
- `plot().`
Veja o resultado de
```{r eval=FALSE}
methods(summary)
methods(plot)
```
(Veremos mais detalhes adiante).
A variável `x` recebe o valor $2$ (tornando-se um objeto dentro do R):
```{r }
x <- 2
```
<div class="alert alert-warning">
O símbolo `<-` é chamado de **operador de atribuição**. Ele serve para
atribuir valores a objetos, e é formado pelos símbolos `<` e `-`,
obrigatoriamente **sem espaços**.
</div>
Para ver o conteúdo do objeto:
```{r }
x
```
<div class="alert alert-warning">
**Observação**: O símbolo `=` pode ser usado no lugar de `<-` mas não
é recomendado.
</div>
Quando você faz
```{r }
x <- 2
```
está fazendo uma **declaração**, ou seja, declarando que a variável `x`
irá agora se tornar um objeto que armazena o número `2`. As declarações
podem ser feitas uma em cada linha
```{r }
x <- 2
y <- 4
```
ou separadas por `;`
```{r }
x <- 2; y <- 4
```
Operações matemáticas em objetos:
```{r }
x + x
```
Objetos podem armazenar diferentes estruturas de dados:
```{r }
y <- runif(10)
y
```
Note que cada objeto só pode armazenar uma estrutura (um número ou uma
sequência de valores) de cada vez! (Aqui, o valor $4$ que estava
armazenado em `y` foi sobrescrito pelos valores acima).
### Nomes de objetos
- Podem ser formados por letras, números, "`_`", e "`.`".
- Não podem começar com número e/ou ponto.
- Não podem conter espaços.
- Evite usar acentos.
- Evite usar nomes de funções como:
`c q t C D F I T diff df data var pt`
- O R é *case-sensitive*, portanto:
`dados` $\neq$ `Dados` $\neq$ `DADOS`.
### Gerenciando a área de trabalho
Liste os objetos criados com a função `ls()`:
```{r eval=FALSE}
ls()
```
Para remover apenas um objeto:
```{r eval=FALSE}
rm(x)
```
Para remover outros objetos:
```{r eval=FALSE}
rm(x, y)
```
Para remover todos os objetos:
```{r eval=FALSE}
rm(list = ls())
```
<div class="alert alert-danger">
**Cuidado!** O comando acima apaga todos os objetos na sua área de
trabalho sem perguntar. Depois só é possível recuperar os objetos ao
rodar o script novamente.
</div>
## Exercícios {-}
1. Armazene o resultado da equação $32 + 16^2 - 25^3$ no objeto `x`.
2. Divida `x` por $345$ e armazene em `y`.
3. Crie um objeto (com o nome que você quiser) para armazenar $30$
valores aleatórios de uma distribuição uniforme entre $10$ e $50$.
4. Remova o objeto `y`.
5. Remova os demais objetos de uma única vez.
6. Procure a função utilizada para gerar numeros aleatórios de uma
distribuição de Poisson, e gere $100$ valores para a VA $X \sim
\text{Poisson}(5)$.
```{r ex2, eval=FALSE, include=FALSE}
```
## Tipos e classes de objetos
Para saber como trabalhar com dados no R, é fundamental entender as
possíveis estruturas (ou tipos) de dados possíveis. O formato mais
básico de dados são os vetores, e a partir deles, outras estruturas mais
complexas podem ser construídas. O R possui dois tipos básicos de
vetores:
- **Vetores atômicos**: existem seis tipos básicos:
- `double`.
- `integer`.
- `character`.
- `logical`.
- `complex`.
- `raw`.
Os tipos `integer` e `double` são chamados conjuntamente de `numeric`.
- **Listas**: também chamadas de *vetores recursivos* pois listas podem
conter outras listas.
A principal diferença entre vetores atômicos e listas é que o primeiro é
**homogêneo** (cada vetor só pode conter um tipo), enquanto que o
segundo pode ser **heterogêneo** (cada vetor pode conter mais de um
tipo).
<div class="alert alert-warning">
Um vetor atômico só pode conter elementos de um mesmo tipo.
</div>
Um vetor, como o próprio nome diz, é uma estrutura unidimensional, mas
na maioria das vezes iremos trabalhar com estruturas de dados
bidimensionais (linhas e colunas). Portanto diferentes estruturas (com
diferentes dimensões) podem ser criadas a partir dos vetores atômicos.
Quando isso acontece, temos o que é chamado de **classe** de um objeto.
Embora os vetores atômicos só possuam seis tipos básicos, existe um
número muito grande de classes, e novas são inventadas todos os dias. E
mesmo que um objeto seja de qualquer classe, ele sempre será de um dos
seis tipos básicos (ou uma lista).
Para verificar o tipo de um objeto, usamos a função `typeof()`, enquanto
que a classe é verificada com a função `class()`. Vejamos alguns
exemplos:
```{r}
## double
x <- c(2, 4, 6)
typeof(x)
class(x)
## integer
x <- c(2L, 4L, 6L)
typeof(x)
class(x)
## character
x <- c("a", "b", "c")
typeof(x)
class(x)
## logical
x <- c(TRUE, FALSE, TRUE)
typeof(x)
class(x)
## complex
x <- c(2 + 1i, 4 + 1i, 6 + 1i)
typeof(x)
class(x)
## raw
x <- raw(3)
typeof(x)
class(x)
```
### Vetores numéricos
Características:
- Coleção ordenada de valores.
- Estrutura unidimensional.
Usando a função `c()` para criar vetores:
```{r }
num <- c(10, 5, 2, 4, 8, 9)
num
typeof(num)
class(num)
```
Por que `numeric` e não `integer`?
```{r}
x <- c(10L, 5L, 2L, 4L, 8L, 9L)
x
typeof(x)
class(x)
```
Para forçar a representação de um número para inteiro é necessário usar
o sufixo `L`.
Note que a diferença entre `numeric` e `integer` também possui impacto
computacional, pois o armazenamento de números inteiros ocupa menos
espaço na memória. Dessa forma, esperamos que o vetor `x` acima ocupe
menos espaço na memória do que o vetor `num`, embora sejam aparentemente
idênticos. Veja:
```{r}
object.size(num)
object.size(x)
```
A diferença pode parecer pequena, mas pode ter um grande impacto
computacional quando os vetores são formados por milhares ou milhões de
números.
#### Representação numérica dentro do R
Os números que aparecem na tela do console do R são apenas
representações simplificadas do número real armazenado na memória.
Por exemplo,
```{r, echo = -1}
set.seed(123)
x <- runif(10)
x
```
O objeto `x` contém números como `r x[1]`, `r x[2]`, etc, que possuem 7
casas decimais, que é o padrão do R. O número de casas decimais é
controlado pelo argumento `digits` da função `options()`. Para visualizar
essa opção, use
```{r}
getOption("digits")
```
Note que esse valor de 7 é o número de **dígitos significativos**, e
pode variar conforme a sequência de números. Por exemplo,
```{r, echo = -1}
set.seed(12)
y <- runif(10)
y
```
possui valores com 9 casas decimais. Isto é apenas a representação do
número que aparece na tela. Internamente, cada número é armazenado com
uma precisão de 64 bits. Como consequência, cada número possui uma
acurácia de até 16 dígitos significativos. Isso pode introduzir algum
tipo de erro, por exemplo:
```{r}
sqrt(2)^2 - 2
print(sqrt(2)^2, digits = 22)
```
não é exatamente zero, pois a raíz quadrada de 2 não pode ser armazenada
com toda precisão com "apenas" 16 dígitos significativos. Esse tipo de
erro é chamado de **erro de ponto flutuante**, e as operações nessas
condições são chamadas de **aritmética de ponto flutuante**. Para mais
informações sobre esse assunto veja [What Every Computer Scientist
Should Know About Floating-Point
Arithmetic](http://www.validlab.com/goldberg/paper.pdf) e [Why doesn’t R
think these numbers are
equal?](http://cran-r.c3sl.ufpr.br/doc/FAQ/R-FAQ.html#Why-doesn_0027t-R-think-these-numbers-are-equal_003f).
No R os números podem ser representados com até 22 casas decimais. Você
pode ver o número com toda sua precisão usando a função `print()` e
especificando o número de casas decimais com o argumento `digits` (de 1
a 22).
```{r}
print(x, digits = 1)
print(x, digits = 7) # padrão
print(x, digits = 22)
```
Também é possível alterar a representação na tela para o formato
científico, usando a função `format()`
```{r, echo = -1}
xf <- format(x, scientific = TRUE)
format(x, scientific = TRUE)
```
Nessa representação, o valor `r xf[1]` = $2.875775 \times 10^{-01}$ =
$`r x[1]`$.
#### Sequências de números
Usando a função `seq()`
```{r }
seq(1, 10)
```
Ou `1:10` gera o mesmo resultado. Para a sequência variar em $2$
```{r }
seq(from = 1, to = 10, by = 2)
```
Para obter $15$ valores entre $1$ e $10$
```{r }
seq(from = 1, to = 10, length.out = 15)
```
Usando a função `rep()`
```{r }
rep(1, 10)
```
Para gerar um sequência várias vezes
```{r }
rep(c(1, 2, 3), times = 5)
```
Para repetir um número da sequência várias vezes
```{r }
rep(c(1, 2, 3), each = 5)
```
#### Operações matemáticas em vetores numéricos
Operações podem ser feitas entre um vetor e um número:
```{r }
num * 2
```
E também entre vetores de mesmo comprimento ou com comprimentos
múltiplos:
```{r }
num * num
num + c(2, 4, 1)
```
#### A Regra da Reciclagem
```{r, echo=FALSE, out.width='80%'}
knitr::include_graphics("img/reciclagem.png")
```
Agora tente:
```{r eval=FALSE}
num + c(2, 4, 1, 3)
```
### Outros tipos de vetores
Vetores também podem ter outros tipos:
- Vetor de caracteres:
```{r }
caracter <- c("brava", "joaquina", "armação")
caracter
typeof(caracter)
class(caracter)
```
- Vetor lógico:
```{r }
logico <- caracter == "armação"
logico
typeof(logico)
class(logico)
```
ou
```{r }
logico <- num > 4
logico
```
No exemplo anterior, a condição `num > 4` é uma **expressão
condicional**, e o símbolo `>` um **operador lógico**. Os operadores
lógicos utilizados no R são:
| Operador | Sintaxe | Teste |
| :-------: | :------------ | :----- |
| `<` | `a < b` | `a` é menor que `b`? |
| `<=` | `a <= b` | `a` é menor ou igual a `b`? |
| `>` | `a > b` | `a` é maior que `b` |
| `>=` | `a >= b` | `a` é maior ou igual a `b`? |
| `==` | `a == b` | `a` é igual a `b`? |
| `!=` | `a != b` | `a` é diferente de `b`? |
| `%in%` | `a %in% c(a, b)` | `a` está contido no vetor `c(a, b)`? |
### Misturando classes de objetos
Algumas vezes isso acontece por acidente, mas também pode acontecer de
propósito.
O que acontece aqui?
```{r}
w <- c(5L, "a")
x <- c(1.7, "a")
y <- c(TRUE, 2)
z <- c("a", T)
```
Lembre-se da regra:
<div class="alert alert-warning">
Um vetor só pode conter elementos do mesmo tipo!
</div>
Quando objetos de diferentes tipos são misturados, ocorre a
**coerção**, para que cada elemento possua a mesma classe.
Nos exemplos acima, nós vemos o efeito da **coerção implícita**, quando
o R tenta representar todos os objetos de uma única forma.
Nós podemos forçar um objeto a mudar de classe, através da **coerção
explícita**, realizada pelas funções `as.*`:
```{r}
x <- 0:6
typeof(x)
class(x)
as.numeric(x)
as.logical(x)
as.character(x)
as.factor(x)
```
De `?logical`:
Logical vectors are coerced to integer vectors in contexts where a
numerical value is required, with ‘TRUE’ being mapped to ‘1L’,
‘FALSE’ to ‘0L’ and ‘NA’ to ‘NA_integer_’.
```{r}
(x <- c(FALSE, TRUE))
class(x)
as.numeric(x)
```
Algumas vezes não é possível fazer a coerção, então:
```{r}
x <- c("a", "b", "c")
as.numeric(x)
as.logical(x)
```
### Valores perdidos e especiais
Valores perdidos devem ser definidos como `NA` (*not available*):
```{r }
perd <- c(3, 5, NA, 2)
perd
class(perd)
```
Podemos testar a presença de `NA`s com a função `is.na()`:
```{r }
is.na(perd)
```
Ou:
```{r }
any(is.na(perd))
```
Outros valores especiais são:
- `NaN` (*not a number*) - exemplo: `0/0`
- `-Inf` e `Inf` - exemplo: `1/0`
A função `is.na()` também testa a presença de `NaN`s:
```{r }
perd <- c(-1,0,1)/0
perd
is.na(perd)
```
A função `is.infinite()` testa se há valores infinitos
```{r }
is.infinite(perd)
```
## Exercícios {-}
1. Crie um objeto com os valores 54, 0, 17, 94, 12.5, 2, 0.9, 15.
a. Some o objeto acima com os valores 5, 6, e depois com os valores 5,
6, 7.
2. Construa um único objeto com as letras: `A`, `B`, e `C`, repetidas
cada uma 15, 12, e 8 vezes, respectivamente.
a. Mostre na tela, em forma de verdadeiro ou falso, onde estão as letras
`B` nesse objeto.
b. Veja a página de ajuda da função `sum()` e descubra como fazer para
contar o número de letras `B` neste vetor (usando `sum()`).
3. Crie um objeto com 100 valores aleatórios de uma distribuição uniforme
$U(0,1)$. Conte quantas vezes aparecem valores maiores ou iguais a 0,5.
4. Calcule as 50 primeiras potências de 2, ou seja, $2, 2^2, 2^3,
\ldots, 2^{50}$.
a. Calcule o quadrado dos números inteiros de 1 a 50, ou seja, $1^2,
2^2, 3^2, \ldots, 50^2$.
b. Quais pares são iguais, ou seja, quais números inteiros dos dois
exercícios anteriores satisfazem a condição $2^n = n^2$?
c. Quantos pares existem?
5. Calcule o seno, coseno e a tangente para os números variando de $0$ a
$2\pi$, com distância de $0.1$ entre eles. (Use as funções `sin()`,
`cos()`, `tan()`).
a. Calcule a tangente usando a relação $\tan(x) = \sin(x)/\cos(x)$.
b. Calcule as diferenças das tangentes calculadas pela função do R e
pela razão acima.
c. Quais valores são exatamente iguais?
d. Qual a diferença máxima (em módulo) entre eles? Qual é a causa
dessa diferença?
```{r ex3, eval=FALSE, include=FALSE}
```
## Outras classes
Como mencionado na seção anterior, o R possui 6 tipos básicos de
estrutura de dados, mas diversas classes podem ser construídas a partir
destes tipos básicos. Abaixo, veremos algumas das mais importantes.
### Fator
Os fatores são parecidos com caracteres no R, mas são armazenados e
tratados de maneira diferente.
Características:
- Coleção de categorias ou **níveis** (*levels*).
- Estrutura unidimensional.
Utilizando as funções `factor()` e `c()`:
```{r }
fator <- factor(c("alta","baixa","baixa","media",
"alta","media","baixa","media","media"))
fator
class(fator)
typeof(fator)
```
Note que o objeto é da classe `factor`, mas seu tipo básico é `integer`!
Isso significa que cada categoria única é identificada internamente por
um número, e isso faz com que os fatores possuam uma ordenação, de
acordo com as categorias únicas. Por isso existe a identificação dos
`Levels` (níveis) de um fator.
Veja o que acontece quando "remover a classe" desse objeto
```{r}
unclass(fator)
```
Fatores podem ser convertidos para caracteres, e **também** para números
inteiros
```{r}
as.character(fator)
as.integer(fator)
```
Caso haja uma hierarquia, os níveis dos fatores podem ser ordenados
explicitamente através do argumento `levels`:
```{r }
fator <- factor(c("alta","baixa","baixa","media",
"alta","media","baixa","media","media"),
levels = c("alta","media","baixa"))
fator
typeof(fator)
class(fator)
```
Além disso, os níveis dos fatores podem também ser explicitamente
ordenados
```{r }
fator <- factor(c("alta","baixa","baixa","media",
"alta","media","baixa","media","media"),
levels = c("baixa", "media", "alta"),
ordered = TRUE)
fator
typeof(fator)
class(fator)
```
Veja que um objeto pode ter mais de uma classe. Isso geralmente só
será útil em casos especificos.
As seguintes funções são úteis para verificar os níveis e o número de
níveis de um fator:
```{r}
levels(fator)
nlevels(fator)
```
### Matriz
Matrizes são vetores que podem ser dispostos em duas dimensões.
Características:
- Podem conter apenas um tipo de informação (números, caracteres)
- Estrutura bidimensional
Utilizando a função `matrix()`:
```{r }
matriz <- matrix(1:12, nrow = 3, ncol = 4)
matriz
class(matriz)
typeof(matriz)
```
Alterando a ordem de preenchimento da matriz (por linhas):
```{r }
matriz <- matrix(1:12, nrow = 3, ncol = 4, byrow = TRUE)
matriz
```
Para verificar a dimensão da matriz:
```{r }
dim(matriz)
```
Adicionando colunas com `cbind()`
```{r }
cbind(matriz, rep(99, 3))
```
Adicionando linhas com `rbind()`
```{r }
rbind(matriz, rep(99, 4))
```
Matrizes também podem ser criadas a partir de vetores adicionando um
**atributo** de dimensão, por exemplo,
```{r}
m <- 1:10
m
class(m)
dim(m)
dim(m) <- c(2, 5)
m
class(m)
typeof(m)
```
#### Operações matemáticas em matrizes
Matriz multiplicada por um escalar
```{r }
matriz * 2
```
Multiplicação de matrizes (observe as dimensões!)
```{r }
matriz2 <- matrix(1, nrow = 4, ncol = 3)
matriz %*% matriz2
```
### Array
Um array é a forma mais geral de uma matriz, pois pode ter $n$
dimensões.
Características: