Baseado nos termos "scroll" (rolagem) e "storytelling" (contação de histórias), scrollytelling designa recursos utilizados em páginas web, onde a rolagem de tela controla a narrativa. Esta prática ganhou destaque inicial em publicações online do chamado "long form journalism" ou "jornalismo forma longa", porém, os mesmos esquemas narrativos e tecnologias também podem ser utilizados de forma mais ampla.
A rolagem de tela é uma da formas mais intuitivas de experiência do usuário durante a utilização de dispositivos eletrônicos, sejam eles tablets, computadores desktop ou celulares. Mesmo pessoas leigas ou crianças pequenas são capazes de reproduzir este gesto em celulares, por exemplo. Com o scrollytelling, este ato simples pode controlar a aparição de textos, fotos, vídeos ou a navegação por um mapa, como implementa o Documental, além de outras possibilidades, como a transição entre diferentes formas de visualizar dados sobre um mesmo tema.
Até o momento, não existem muitas opções gratuitas de plataformas que forneçam uma interface gráfica para a construção de narrativas com scrollyteling. A alternativa mais conhecida é o Flourish.Studio, que já publicou um artigo específico sobre este recurso. O Documental destaca-se por uma solução de código aberto que, a partir do Statamic e do Mapbox, fornece uma interface gráfica para controle do scrollyteling e inclusão dos conteúdos que formam a narrativa.
Existem, porém, diversas opções gratuitas ou de código aberto disponíveis atualmente para implementar páginas com recursos de scrolytelling "do zero". No caso do scrollytelling, em artigo de janeiro de 2017, Russell Goldenberg elenca seis alternativas para construir uma página com scrollyteling "do zero", junto com demonstrações de seus códigos em funcionamento. A elas, foram adicionadas outras referências (entre elas a própria biblioteca mantida pelo autor, criada em outubro de 2017) e comentários próprios. As opções estão listadas de acordo com a contribuição mais recente feita em seus respectivos repositórios.
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JEO: Solução para WordPress criada pelo InfoAmazônia que permite inserir blocos de mapa interativos no editor Gutenberg.
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Scrollama: biblioteca criada por Russel Goldenberg. Conta com uma página com diferentes modelos prontos para uso. É uma opção relativamente acessível, mesmo para quem tem apenas conhecimentos básicos de JavaScript. O vídeo tutorial de Jonathan Soma apresenta um bom passo a passo da implementação de uma página do tipo. Para trabalhar com mapas, vale conferir o repositório feito pelo Mapbox, com base no Scrollama.
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Scrollmagic: recomendada por Goldenberg para casos que exigem bastante personalização da interação. (repositório).
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Scrollstory: plugin em jQuery utilizado em algumas histórias do The New York Times. É recomendado por Goldenberg para iniciantes que utilizam jQuery (repositório).
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graph-scroll: é plugin baseado na biblioteca D3 que fornece recursos simples para scrollytelling. Recomendável especialmente para visualizações de dados que também façam uso de D3 (repositório).
O artigo de Goldenberg também cita duas bibliotecas que estão há mais tempo inativas, como o Waypoints, cuja última atualização do repositórioé de setembro de 2016, e o in-view.js, que está oficialmente inativo.
Além das alternativas acima, há a opção de se utilizar o Svelte. Neste caso, vale a pena conferir o modelo (template) do The Pudding, que conta com um componente específico para este tipo de visualização interativa, e o tutorial escrito por Connor Rothschild mostrando como implementar scrollytelling com o Svelte.